sábado, 18 de junho de 2011

Ouça!

Sinto-me como se estivesse a tocar um piano, onde a melodia impulsionada pelos meus dedos surtisse pouco efeito aos ouvintes. O som do teclado, tocado com sutileza, propaga-se pelo meio físico levando o encanto da música. O meio em que estou inserido está cheio de pessoas que passam despercebidos por ela. Está cheio de seres que simplesmente passam. Passam entre uma faixa e outra. Entre os pedintes. Entre os vendedores. Apenas passam. O som que meu piano está fazendo fica encoberto pelos passos dos transeuntes. Não há nem um ponto de referência para onde minha música deva ir. Oculta, ela pode até perder-se por suas vibrações não serem captadas. Espero que as pessoas não confundam minha música com barulho, assim como qualquer lixo é chamado de obra de arte. A arte do impressionar fica com os palhaços vestindo as cores da alegria. E eu fico com a arte de tocar, de tocar o meu piano digital.












Obs: Estou no calçadão.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Querer...

A vontade penetra e não se desaloja em um momento. Querer, às vezes, não é poder. Faria sentido se o que queremos fosse facilmente atingível, simples, normal... O que se faz sofrer não é o querer e sim, simplesmente, não saber o que se quer.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

= /

Sempre fui ápto à mudança advinda da revolução. Fui caracterizados muitas vezes por seguir e buscar os meus novos desejos. Em nunca se manter estático. Mas nos últimos acontecimentos a mudança tem me assustado, o novo está me apavorando, o tempo sendo roubado como se não me fizesse falta, mas faz. Acontece que me apaixonei pelo passado, pelas histórias da minha vida, pelas lembraças e saudades. Era nostalgico. Queria voltar, não apenas lembrar.

Necessito?

Tenho necessidade de alegria, mas meus risos estão presos.
Tenho necessidade de contar certas coisas, mas não estou a procura de alguém para ouvi-las.
Tenho necessidade de sentir um perfume, mas todos me dão enjoo.
Tenho necessidade de abraçar, mas meus braços estão imóveis.
Tenho necessidades, mas não necessito!