terça-feira, 3 de maio de 2011

Faca de dois gumes.

O "Malandro" parecia ter certeza de que se daria bem em sua ação. Tinha certeza de que iria garantir uma posição confiável naquilo em que desejava.
Sonhou dias com o feito esperado. Animou-se diante da resposta. Mas o que ganhou?
Ele queria apenas algo bom para guardar como troféu. Para colocar na prateleira e admirar. Aquilo que esperava ganhar era insignificante a princípio. Para o "Malandro" era apenas mais uma ação executada.
A célebre frase da música de Marcelo D2 deixou de fazer sentido naquele momento: "Malandro sempre sabe o que quer." Esta frase dava sentido a sua vida. Ilustrava com cores vibrantes, mas a partir daquele dia acabou o significado. Tudo que enxergava estava embaçado por seus olhos estarem molhados.
O "Malandro" não esperava prestígios dos outros, ele queria apenas orgulhar-se de si mesmo. Sentiu as duas pontas da faca. Feriu-se com o próprio orgulho. A faca atravessou o seu corpo, de modo que ficaria alojado por um bom tempo, para que o "Malandro" sentisse as consequências de suas ações.
Dói no coração do "Malandro". O "Malandro" caiu na ilusão de que poderia conseguir.
Lutou, lutou, lutou para estar naquele lugar. E o que conseguiu?
Era incompreendido, não se compreendia... naquele momento era apenas resto que alguém havia jogado.
Seu corpo era inútil, seus pensamentos incapazes e suas palavras vagas.
Estava só.
Estava triste.
Estava cansado.

Desistir não era uma característica sua.
Queria apenas deitar.

O "Malandro" não sabia com que máscara esconder sua face. Queria apenas ser invisível naquele instante.
Queria sair correndo, exasperado.
Estava preocupado.

Lutava contra o que seu coração queria. Queria esforçar-se por outra coisa.
O "Malandro" contrapõe-se, às vezes, no que diz ou pensa em dizer.
Era apenas um imigrante. Fazia de seus delírios, degraus.
O "Malandro" estava procurando em lugar errado.
O "Malandro" queria fazer, participar, deixar...

Ele queria, apenas, DEIXAR ESCRITO...

Nenhum comentário:

Postar um comentário